quinta-feira, 5 de julho de 2007

participantes da orquestra humaniza aprendem empreendedorismo social e cidadania

Desde fevereiro avançam os trabalhos da Orquestra Inclusiva Humaniza, iniciativa da empresa de desenvolvimento social Humaniza cujo objetivo é formar uma Orquestra e um Madrigal com profissionais do sexo e moradores de rua do município. O princípio é sensibilizar pela música as pessoas excluídas da sociedade, possibilitando também uma alternativa de geração de renda.

Tanto a Orquestra como o Madrigal serão formados inicialmente pela junção dos excluídos com músicos e cantores que trabalharão para dar o equilíbrio técnico. Por enquanto, cada grupo se prepara separadamente, exercitando os fundamentos técnicos.

Duas vezes por semana, profissionais do sexo e moradores de rua recebem aulas de música no Centro Comunitário Nossa Senhora das Dores. Os músicos da Orquestra ainda não começaram, mas os cantores que formarão a base do Madrigal já ensaiam no Centro Cultural.

A junção do grupo dos excluídos e dos artistas deverá se realizar em breve, para que a Orquestra e o Madrigal se organizem de maneira plena. Essa junção, no entanto, não acontecerá de maneira abrupta. Em julho, o coordenador Vicente Pironti iniciou uma atividade que reúne os dois grupos para debaterem a filosofia da proposta.

Além de promover um início de relacionamento, a atividade tem o objetivo de tornar “protagonistas” os participantes da iniciativa, que promove a mudança social. “É hora dos participantes da Orquestra tomarem pé do verdadeiro conceito do projeto, que não se interrompe no ensino da música nem no aprimoramento da Orquestra e do Madrigal”, afirmou ele.

ATIVIDADE - O módulo chama-se “Cidadania, Filosofia e Empreendedorismo”, e é aplicado duas vezes por semana na Casa de Convivência, abrigo de moradores de rua do Ceprosom. Durante a atividade, conceitos como Cidadania e Empreendedorismo Social são abordados, bem como o efeito da participação no projeto na vida de cada um.

“Ao final, não teremos músicos de uma Orquestra, apenas. Teremos empreendedores sociais, sensibilizados pela música e que por meio do contato com ela alterarão suas vidas radicalmente. A música e a arte serão apenas caminhos oferecidos”, afirmou Pironti. A Orquestra Inclusiva foi financiada por verbas obtidas junto às empresas Ripasa e Usina Iracema por meio da Lei Rouanet, com apoio da secretaria municipal da Cultura.

domingo, 1 de julho de 2007

humaniza e a reforma do palacete levy

A Humaniza está envolvida na restauração arquitetônica e estrutural do Palacete Levy, em Limeira. Apesar de lentamente, as obras caminham, e recentemente (30/06/2007) foram alvo de matéria do Jornal de Limeira. Acompanhe:

Jornal de Limeira
Palacete Levy: Por enquanto, reforma só no papel
Renata Caram

A tão esperada revitalização do Palacete Levy não deve sair logo. É que os serviços no local dependem de verbas da Lei Rouanet (de incentivo à Cultura). O orçamento prevê gastos na ordem de R$ 3 milhões para deixar o prédio, que fica no Largo Boa Morte, em melhores condições.

A promessa de revitalização não é de agora. Ela tem sido aguardada nos últimos anos com grande expectativa.A única certeza é de que existe um projeto arquitetônico - o qual é encabeçado pela Humaniza, em parceria com a Secretaria da Cultura de Limeira. A proposta precisa ser analisada pela Concrejato - empresa de restauração e que inclusive fez todos os serviços na Catedral da Sé, em São Paulo.

A empresa é quem deve especificar todos os custos. Se aprovado o projeto pela Lei Rouanet, o próximo passo é captar os recursos. "É difícil conseguir, mas temos um diferencial. São as estratégias humanitárias", fala o diretor-presidente da Humaniza, Vicente Pironti.

A última vez que o Palacete Levy recebeu melhorias foi em 1996. Na época, foram executadas a reforma e a pintura. Foram serviços estruturais. De lá para cá, não foi realizado outro tipo de serviço expressivo, ou seja, uma obra complexa e que visasse a manutenção de um dos principais prédios da cidade, que, aliás, está em processo de tombamento.

O secretário de Cultura, Farid Zaine, porém, observa o reforço da estrutura do teto e a descupinização. Estes serviços foram realizados pela administração atual.

RISCOS - Enquanto as melhorias não são executadas, o que se vê no palacete são sinais de problemas. Deterioração, rachaduras nas paredes e reboco em situação de precariedade. A parte de madeiramento é a que mais sofreu com a ação do tempo. Os batentes, por exemplo, estão longe do que se pode definir como em "bom estado de conservação".

Avaliações, no entanto, apontam que o prédio não oferece riscos às pessoas que trabalham no local nem aos seus freqüentadores. Secretaria da Cultura, Oficina Cultural Regional "Carlos Gomes" e Escola Livre de Música, com mais de 400 alunos, funcionam no Palacete Levy. "O prédio é bastante utilizado, independente da restauração", cita Zaine.

"Queremos investir na dignidade", diz Pironti. O projeto de revitalização do Palacete Levy - construído em 1881 - vai além da reforma do prédio. "Mexe com o restauro de pessoas carentes. Queremos investir na dignidade", fala o diretor-presidente da Humaniza, Vicente Pironti. Esta é a estratégia humanitária que pode facilitar a captação de recursos por meio da Lei Rouanet.Pironti diz que o projeto visa o envolvimento de pessoas em situação de marginalidade.

"Elas têm potencial. Vocação". São várias as frentes de ação - trabalhos com profissionais do sexo, meninos de rua e catadores de papel. Atualmente, um grupo já é atendido pela Escola de Orquestra, que funciona no próprio palacete. O projeto tem patrocínio do Grupo São Martinho e da Ripasa. "Este tipo de trabalho dá visibilidade a Limeira por causa das apresentações fora da cidade. O que pretendemos é ensinar um novo trabalho", comenta.

O QUE É A LEI ROUANET - Concebida em 1991 para incentivar investimentos culturais, a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91) ou Lei Rouanet, como também é conhecida, pode ser usada por empresas e pessoas físicas que desejam financiar projetos culturais. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (61) 3316-0654, 3316-0655, 3316-0660, 3316-0653 e 3316-0669.