quarta-feira, 18 de abril de 2007

a bagagem sócio-cultural do criador da humaniza


Antes de idealizar o projeto da Orquestra Inclusiva Humaniza, o coordenador Vicente Pironti já havia participado de várias iniciativas de cunho social, sempre tendo a arte como força motriz. Ele foi co-fundador do projeto Unicirco, assunto abordado por esta reportagem do site "Guia da Semana" de São Paulo. As fotos são de Otávio Dias.

Um verdadeiro giro

O embaixador do circo no Brasil, Marcos Frota, nunca escondeu sua paixão pela arte circense. O ator, que hoje é praticamente uma referência quando se fala no assunto, desde a infância aprecia palhaços, acrobatas, malabaristas e todos os outros personagens que se apresentam sob a lona.

Em 1985, quando atuava na novela Cambalacho, Marcos - que representava um palhaço na trama - começou a se envolver realmente com o circo, por meio do Grande Circo Popular do Brasil, e não se desligou mais desse universo: "Quando eu entrei debaixo da lona do circo, eu percebi que era por aí mesmo".

Em 10 de outubro de 2000, numa parceria com o governo, Marcos Frota, Vicente Pironti e Luis Maurício Carvalheira fundaram a Unicirco, com o intuito de disseminar a arte circense a partir de quatro vertentes: desenvolver a produção artística nacional, recuperar o aspecto cultural por meio do resgate do respeito do público com o circo, promover melhorias sociais e preparar novos artistas com uma base pedagógica rica e segura.

Em 2006 foi realizado o espetáculo de estréia do grupo: Elementos. Como uma primeira experiência, essa atração permitiu às pessoas envolvidas o descobrimento de suas capacidades e a exploração do terreno circense, com todos os artistas mostrando suas capacidades e aperfeiçoando as apresentações. Para Marcos Frota, "O Elementos foi a coragem de quebrar um pouco com o padrão tradicional do circo; coragem no sentido de agir com o coração".

Em 2007, o objetivo da Unicirco com o espetáculo Giro, que estreou em 15 de abril num parque temático de São Paulo, já não é somente garantir o espaço e o reconhecimento do grupo, mas desfrutar da maturidade que o projeto alcançou, desenvolvendo uma nova perspectiva circense com a cara do Brasil. "O Giro veio para ousar artisticamente, desobedecer determinadas regras e partir realmente para a concretização de um musical circense genuinamente brasileiro; sem perder a tradição da arte circense, mas buscando o encontro das linguagens, para que a gente possa apontar o caminho de uma nova estética para a atividade circense no nosso país", explica o ator.

A atração representa um marco para a arte lúdica brasileira como um todo e promete ser mais completa e característica da nossa nação a cada dia. "Depois que o espetáculo estrear, aí é que começam os trabalhos de aperfeiçoamento, de riqueza de detalhes e de produção de novos números". O que permite esse aperfeiçoamento constante é o fato de a Unicirco ser um circo fixo, ao contrário dos grupos tradicionais que viajam de cidade em cidade e, por isso, não têm tempo para retrabalhar aquilo que já está pronto.

Por meio de malabarismos, balé aéreo em liras, trapézio, acrobacias aéreas coreografadas em tecidos, acrobacias de solo (salto, dança, cordas), capoeira, bikers, simulação de um jogo de futebol em cama-elástica e a fundamental presença do palhaço Spirro, Giro faz a relação da arte circense com as belezas brasileiras, enaltecendo e valorizando ambos os universos e mostrando para o público mirim que é possível organizar uma atração nacional mágica e inovadora.
"Todos os nossos artistas, bailarinos e acrobatas, quando vão para o exterior, surpreendem a platéia e surpreendem o diretor artístico de qualquer espetáculo, exatamente por essa essência da alma brasileira que é a questão da alegria. Só nós temos essa graça e essa espiritualidade", diz Marcos.

O projeto social - Além de proporcionar diversão ao público que assiste aos espetáculos, a Universidade Livre do Circo desenvolve projetos sociais específicos para a divulgação da arte. Entre as atividades estão visitas técnicas aos bastidores e oficinas lúdicas para crianças e adolescentes carentes, com o objetivo de colocar futuros artistas no mercado. Além disso, promove a interação com visitantes de creches, asilos e instituições especiais para ver o espetáculo.
Nas oficinas, os próprios artistas se transformam em professores e exploram as capacidades das crianças. Marcos Frota explica que a Unicirco adota a pedagogia da convivência para estabelecer a relação entre professores e alunos nos ensinamentos circenses: "O artista tem a oportunidade de passar adiante os seus conhecimentos e sua vivência, para o jovem oriundo de algum projeto social".

Até agora, a Unicirco possibilitou a participação de crianças de 11 cidades próximas da grande São Paulo nas oficinas. Em 2006, 360 jovens foram contemplados com as aulas; e a intenção do projeto em 2007 é atingir 1,8 mil alunos. Mas, o objetivo maior da Universidade Livre do Circo é levar sua bandeira para outras cidades do Brasil e construir um núcleo forte em cada canto do país, atingindo 25 mil crianças.

Conheça o projeto da Unicirco! Faça uma visita à sede em Hopi Hari!

Reservas:
• Brasília (DF) - (61) 3328-0408;
• Goiânia (GO) - (61) 3328-0408;
• Rio de Janeiro (RJ) - (21) 2220-6859/2533-8049;
• Londrina (PR) - (43) 3326-3128;
• Porto Alegre (RS) - (51) 3662-7288;
• Curitiba (PR) - (41) 3339-4616;
• Maringá (PR) - (43) 3326-3128/3028-2831;
• Joinville (SC) - (47) 3025-2020;
• Belo Horizonte (MG) - (31) 3271-7400;
• Outros Estados - 0300-7895566.